07/12/2009

Lavoisier sabia das coisas

Sábado de manhã resolvi organizar um armário que tenho na sala. Guardava muitas revistas antigas que uso para pesquisa de cores, tons e inspirações e quando a gente chega ao momento de não lembrar bem o que tem guardado, é hora de faxina geral!

Folheando cada uma das revistas, retirei as páginas que me interessavam por alguma razão e o restante doei pro pessoal do ‘reciclado’. Foi muito interessante perceber que o comportamento da moda e de tudo que esteja relacionado a ela também tem seguido Lavoisier: Na natureza nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma.

Nos tempos de vacas gordas, o consumo era absurdo e, praticamente, descartável. A coleção de um estilista ou designer era lançada e, certamente, seria brega ou cafona seis meses depois. Hoje, o cenário mundial é outro.

Enquanto folheava aquelas revistas, me surpreendi (com justificativa). Tenho revistas realmente antigas, seriam velhas mesmo. As mais “jovenzinhas”, de uns 3, 4 anos atrás, não fosse o papel com menos brilho, se confundiriam facilmente com as atuais, da pilha ao lado.

Isso, para mim, não é só reflexo da falta de criatividade, porque há sempre um toque do novo, uma tecnologia diferente, mas é sinal (tks God) da conscientização daqueles que criam e ditam as tendências, para finalmente criarem produtos e serviços para um mundo real, de pessoas reais. Afinal, são estas que pagam os produtos e os anunciantes de cada publicação.

É claro que há impérios vindo por água abaixo e nem entro aqui no mérito de discutir preço de roupa cara ou barata, mas eu vejo um grande repeteco de uma lista must have para o verão 2010 igualzinho aos must have de 2, 3, 4 anos! Eu achei sensacional.

Falar de verão no Brasil e dizer que o branco vem com força total, é tão pleonasmo quanto dizer ‘abismo sem fundo’ ou ‘ver com os próprios olhos’. Falar de cores flúor como o laranja ou o verde para um país como o nosso, idem – aliás, para quem tem mais de 7 anos, lembrará do termo neón ao invés de flúor. Estampas geométricas e étnicas já eram vendidas tanto por grandes grifes quanto por lojas de departamento há 3 anos. Tenho uma bata-vestido da Luigi exatamente assim...

Enfim, respondendo às amigas que me pedem consultoria de estilo, o que prevalece no final das contas (literalmente) é uma expressão só: bom-senso. Escolham coisas que vistam vocês, não que vocês as vistam. Escolham peças que traduzam quem vocês são e não o que a aparência gostaria de ser. O brega nada mais é do que um estilo mal aplicado: não casa, não veste, não combina e não diz a quê você veio naquele momento.

Se quiser comprar pecinhas que remetam à estação, escolha peças mais acessíveis, que não comprometam os orçamentos e invista naquelas que você poderá usar bastante e que sejam atemporais.

Recado dado, Lalá. Poderoso você, viu, Fofo?