Simplicidade é conhecer pessoas. Não nomes.

Quinta-feira passada visitei a SPFW, um dos maiores eventos de moda da America Latina, conceituado e conhecido internacionalmente.

Fui convidada por uma amiga da Editora Abril e visitei o lounge da revista Elle. Foi interessante observar a diferença entre grupos, traçar uma panorâmica no pavilhão da Bienal - que é um espetáculo arquitetônico à parte – e ver a exposição de Beth Largadere.

Lá pelas tantas, voltamos à realidade: bolsinha embaixo do braço e taxi na porta porque o frio estava de matar. Entrei no carro e a motorista lançou a pergunta “Gostou do desfile, Senhora?”. Eu já estava pra lá de Bagdá, cansada toda vida e mais três meses, mas ela perguntou tão animada que eu fui no embalo. Respondi que sim, que estava tudo lindo.

Aí, ela continuou o papo (claro). “A sra. Sabe que agorinha a pouco levei uma outra moça, ela estava tão feliz! Veio para cá porque fez todos os colares (Ops! Ela disse colares? Já me interessei!) de um desfile e estava radiante, porque disse que deu tudo certo e que o desfile foi um sucesso! E em seguida, ela ia para uma recepção para fazer outros contatos...” e continuou a narrativa t-o-d-a em um resumo dos dois dias anteriores de desfile. E falou da Gisele (a Bunchen) e falou dos organizadores que estavam contentes com o resultado da edição do evento e falou, e falou....

Bom, engatei o maior papo com a Mari (porque àquela altura dos acontecimentos, a Mari já era minha melhor amiga. Aliás, coisa mais fácil é fazer melhor amigo no trânsito de São Paulo). Soube que ela leva e traz gente bacana, antenada e importante o tempo todo e foram vários “causos” que aprendi aquela noite.

Contei a ela que estou engatinhando na área de Acessórios, que me interessaria muito saber o nome da tal “moça simpática que estava feliz porque o desfile deu certo”. Achei que se tratava de outra Cristininha, pessoa que começava na área e tal... Mas a minha amiga Mari não lembrava nem a pau o nome da “moça” nem da grife que, segundo ela, tinha um nome estranho. Ah! No meio do assunto ela sacou um jornalzinho de “ontem – quarta-feira” e pediu pra procurar na programação de “amanhã-quinta-feira” porque, quem sabe, pela programação, a gente desvendava o segredo de Tostines. Olhei de cima a baixo, mas não vi nenhum nome esquisito ou grife que pudesse dar a pista certa.

Enfim, fui pra casa com a pulga atrás da orelha porque vocês sabem que acaso para mim não existe e de três mil taxis, eu pegar justo o da Mari falando de colares, à toa não era. Fiz pesquisa sexta à noite, sábado e domingo. Não tirava a coincidência da cabeça.
Eis que fez-se a luz domingo à noite: no meu trabalho investigativo, descobri um site que remeteu a outro que remeteu a outro e que.... pimba! Iódice tem acessórios incríveis, apresentados na mais recente edição do SPFW. Acessórios by.... FRANCESCA ROMANA DIANA.

Eu ria sozinha. Essa era a “moça simpática”: uma das mais respeitadas designers de acessórios do país, dona de uma marca conhecidíssima, ali, feliz feito criança porque o desfile foi um sucesso. E mais vibrante do que ela, estava a Mari, que sabe Deus quando a verá de novo...

Essa moça foi um exercício e tanto para mim e me lembrou que nesse meio cheio de vaidades e meias-verdades, mais vale um bom abraço do que um mero sobrenome. A “moça bonita” vibrou por sua conquista igualzinho eu vibro por um texto divulgado, você por um trabalho bem feito ou reconhecido e a Mari, pelo orgulho de conhecer tanta gente com sobrenome que, para ela, não diz nada. São apenas pessoas com carisma, simpatia e um bom papo para divertir o trajeto.

Sorte minha. Peguei o telefone da Mari que dirige super bem e me leva pra casa bem na hora de mimir.